quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Menos Folhas Mais Frutos

“No dia seguinte, quando saíram de Betânia, teve fome. E, vendo de longe uma figueira com folhas, foi ver se nela, porventura, acharia alguma coisa. Aproximando-se dela, nada achou, senão folhas; porque não era tempo de figos. Então, lhe disse Jesus: Nunca jamais coma alguém fruto de ti!” - Marcos 11.12-14
Quando eu era menino, costumava subir em pés de manga, pés de goiaba, pés de araçá e mesmo pés de mamão para, numa tarde de brincadeiras, desfrutar dos sabores daquelas guloseimas naturais. O trabalho de subir numa dessas árvores e buscar nelas suas frutas é recompensador. Contudo, mesmo sendo menino que era, sabia que, se fosse a um pé de manga no mês de junho, não acharia nada, uma vez que a estação das mangas começa ao final de dezembro. Em janeiro, as mangueiras estão repletas. E são um espetáculo de cor e aroma. Assim, o verão era sinônimo de fartura nas mangueiras dos quintais de Campo Grande-MS, minha cidade natal.
No versículo acima, há uma aparente incompreensão por parte de Jesus. Ele procura figos numa figueira. Até aqui nada de errado. O problema é que não era tempo de figos e na figueira, que respeitava as estações, havia somente folhas. Por não oferecer figos fora da estação, Jesus amaldiçoa a figueira. Estranho... Será que o Senhor não conhecia as estações? Pouco provável. A resposta à aparente incompreensão do Mestre se dá quando aplicamos a cena da figueira à nossa vida.
Podemos entender esta atitude de Jesus como uma espécie de referência das pretensões de Deus a nosso respeito. Nós somos as figueiras e o Mestre quer ver em nós os frutos de nossa vida. O que temos a oferecer? O que você oferece ao seu Senhor? Folhas ou frutos? E o que são as folhas, senão a nossa religiosidade: “mensalmente, vou à igreja”, “dou meu dízimo”, “sou aluno da Escola Dominical”. Folhas... apenas folhas. O Senhor espera de nós algo muito além das folhas. Ele espera ver os frutos em nossa vida. Frutos a todo tempo e não apenas em um determinado período de nossa existência. E o fruto por excelência é o amor, é o que nos atesta 1 Coríntios 13.13.
A todo tempo, em toda época, em toda estação, o amor deve ser em nossa vida como o fruto numa árvore, aguardando alguém que dele desfrute. Não é bom testemunho alguém se achegar a nós e, em não encontrando o fruto do amor, ouvir como resposta de nossa parte: “Não é época de amor...”. Esta foi a lição que Jesus Cristo nos deu ao amaldiçoar aquela figueira. Eis a resposta à aparente incompreensão de Jesus.
Assim, que se vejam em nós menos folhas e mais frutos! A Ele, pois, toda a glória!

Rev. Roberto Mauro de S. Castro

Fonte: http://catedralonline.com.br/mensagens/devocionais/item/1001-menos-folhas-e-mais-frutos